POETA BETÃO REFORÇA CONVITE PARA VARAL DE POESIAS E PALESTRA SOBRE ADÉLIA PRADO

Será nesta quinta (9/10), às 19h, na Biblioteca Municipal

A escritora mineira Adélia Prado está no foco do Varal de Poesias marcado para às 19h desta quinta-feira (9), na Biblioteca Municipal, com palestra do poeta e escritor Roberto Enedino, o Betão.

"Será um momento muito especial pra mim e, com certeza, para todos os que dele participarem amanhã, na Biblioteca Publica. Estarei trocando ideias e falando a respeito da nossa grande escritora Adélia Prado. Afinal, toda poesia tem uma história e toda história merece uma poesia", comentou Roberto, hoje com 66 anos, cinco livros já publicados e o sexto já finalizado, pronto para entrar na gráfica.

"Quero mais uma vez reforçar o convite a todos aqueles que gostam de literatura e poesia para conhecermos um pouco mais da obra da grande Adélia Prado."

A escritora

Adélia Luzia Prado Freitas nasceu em Divinópolis-MG e completa 90 anos dia 13 de dezembro. Sua família era de trabalhadores ferroviários, e sua mãe e avó morreram durante o parto. Ela foi o primeiro membro de sua família a frequentar a universidade, obtendo diplomas em Filosofia e Educação Religiosa pela Universidade de Divinópolis . Ela lecionou até 1979 e foi a Coordenadora Cultural da Cidade de Divinópolis de 1983 a 1988.

Carreira literária

Sua poesia foi "descoberta" em 1976, quando aos 40 anos ela enviou uma pequena coleção de seus poemas ao poeta Affonso Romano de Sant'Anna . De Sant'Anna passou seu trabalho para o poeta modernista brasileiro Carlos Drummond de Andrade , que o leu e proclamou em sua coluna semanal de jornal que São Francisco estava ditando versos para uma dona de casa em Minas Gerais.

Seu trabalho é um aparente paradoxo de um catolicismo profundo e espiritual combinado com o físico e o carnal. Ela mesma tentou resolver essa contradição, escrevendo que "É a alma que é erótica". Adélia sempre esteve focada nas preocupações cotidianas das mulheres. Publicou oito volumes de poesia e sete volumes de prosa, começando com sua primeira coleção de poesia Bagagem . Ao descrever seu trabalho, Robert Hass disse: "O Brasil produziu o que pode parecer impossível: uma poetisa católica, mística e realmente sexy."

Embora faça o possível para evitar os holofotes, é considerada uma das poetisas mais importantes do Brasil. Sua obra foi traduzida para o inglês, italiano e espanhol, e amplamente divulgada na imprensa crítica e popular brasileira.

Prêmios e reconhecimentos

O Jornal de Poesia da Biblioteca Nacional realizou uma pesquisa com intelectuais em 1998 para compilar a "Lista dos 20" (a "Lista dos Vinte") poetas vivos mais importantes. Prado ficou em quarto lugar. Em 2000, Adélia foi destaque nos prestigiosos "Cadernos de Literatura Brasileira" produzidos pelo Instituto Moreira Salles . Foi leitora em destaque na FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty) em 2006, evento que despertou grande interesse por sua obra. Em 2014, ela recebeu o Prêmio Griffin de Reconhecimento Vitalício, apresentado pelos curadores do Prêmio Griffin de Poesia. Em 2024 foi-lhe atribuído o Prémio Camões.