POLARIZAÇÃO ESQUERDA X DIREITA PODE DEFINIR RUMO DAS ELEIÇÕES DE PREFEITO EM NANUQUE

União de forças progressistas busca nome de consenso para enfrentar Gilson Coleta em 2024

Só para refrescar a memória: no 1º turno das eleições presidenciais do ano passado em Nanuque, Lula (PT) obteve 9.662 votos, o equivalente a 49,1% dos total apurado, e derrotou Jair Bolsonaro (PL) por uma diferença de 538 votos. Bolsonaro somou 9.124 (46,3%).

Veio o 2º turno e a cidade virou manchete nacional, aparecendo em noticiários de TV e rádio, além de grandes jornais, com o surpreendente placar de Bolsonaro 10.130 votos contra 10.129 de Lula, a histórica diferença de apenas um voto a favor de Bolsonaro, que foi o derrotado nas urnas em Minas Gerais e no Brasil por inteiro.

PROCURA-SE O CANDIDATO DE ESQUERDA

Comprovadamente, Nanuque ficou dividida no aspecto político, e esse cenário poderá apontar os rumos das eleições do ano que vem. Um grupo de pessoas ligadas a partidos políticos de esquerda, tendo à frente o PT local, vem se reunindo desde o final das eleições de 2022, a fim de chegar a um consenso sobre quem irá representar as forças progressistas e democráticas da cidade.

Sabe-se que o grupo pró-Lula vem se reunindo regularmente, alternando os locais entre as casas dos participantes, e tem sido cada vez mais crescente o número de adesões ao movimento. A ideia é agregar todas as pessoas que tiveram uma participação mais efetiva na campanha do petista, com a meta de manter acesa a polarização que deixou, mais que em qualquer outro momento da história recente do país, a divisão entre esquerda e direita no Brasil.

Desse grupo deverá sair o nome que para a disputa das eleições municipais em 2024, e a lista projeta desde figuras históricas do PT em Nanuque, como a ex-vice-prefeita Alba Lima e o vereador do partido Elson de Souza Lima, até os recém-chegados à legenda, como o professor Renato Aurélio e o empresário Léo Costa, dentre outros postulantes à vaga de prefeiturável da esquerda nanuquense.

GILSON VAI PARA A REELEIÇÃO

O atual prefeito Gilson Coleta Barbosa (PROS) não nega que vai disputar a reeleição, e o seu grupo político já exercita a formação de um bloco de direita para cimentar a campanha, já que falta um ano e meio, e o tempo passa rápido quando o assunto é política.

Há duas semanas, Gilson, o vice-prefeito Gilmar Alemão (Solidariedade) e aliados participaram de um almoço com a direção do PL, partido do ex-presidente Bolsonaro e do deputado federal majoritário da cidade, Eros Biondini, e também do deputado estadual que ficou em 2º lugar em Nanuque, Gustavo Santana. Há uma forte tendência de que Gilson deixe o PROS e entre no PL.

Gilson e seu grupo já namoram o PP, partido da deputada estadual majoritária Chiara Biondini, filha de Eros, para compor a base, mas o partido ainda não tem representatividade em Nanuque. A direção do PP em Minas Gerais tem na presidência Marcelo Aro, que foi o candidato a senador apoiado por Gilson.

Nas eleições de 2020, Gilson concorreu pelo PROS, tendo como partido coligado o Solidariedade do seu vice Alemão. Para 2024, a ideia é aumentar o número de legendas.

“MUITA ÁGUA DEBAIXO DA PONTE”

Em se tratando de política e apostas para as eleições, nossos avós e pais costumavam sempre dizer que ainda tem muita água para passar debaixo da ponte. O contexto - digamos - "hidrológico" das profecias continua valendo até os dias atuais. No caso de Nanuque, porém, são três pontes: a do Centro, a do bairro Vila Esperança e a do bairro Laticínios.

Considerando que ainda temos um ano e meio pela frente, está aberto o desafio a quem se interessar na medição de quantos mililitros irão escorrer daqui até o dia 6 de outubro do ano que vem. (Texto de Ademir Rodrigues de Oliveira Jr. e Robson Rodrigues dos Santos)

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